terça-feira, 5 de novembro de 2013

Convicções

Claro! Sou crente.
Acredito que na origem das coisas
- Origem das origens -
Está alguém criador e ordenador
Que se interessa com a sua criação.

Acredito que a Orion, a Cassiopeia,
A Estrela Polar, a Lua, o Sol,
Não podem ter sido apenas
Obra do acaso. Do nada.

E mesmo que o homem descenda do símio,
Acredito que o símio não é obra
De um qualquer acaso
Ou fogo-fátuo de uma explosão de nada.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pensamentos subversivos


Era feriado. Já não é. Como noutros dias. E alguns deles, até recordando factos marcantes na história da nossa existência. Como família social que somos. Ou que nos deixam ainda ser. Ou que fingimos, por enquanto, ser. Ou, se calhar, porventura, que ainda ousamos ser.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Temporalidades

Enfim o tempo
Sem fim

O tempo de encarar o tempo
Da finidade das nossas vidas

O tempo de enfrentar
O ocaso da nossa existência

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Lembretes

Há alturas na vida em que nos sentimos meros instrumentos de uma coisa qualquer. Em que não conseguimos ver muito mais que o pequeno muro que surge de repente à nossa frente. Em que não descortinamos mais que o ruído feito cacofonia que nos cerca.

Há alturas na vida em que nos descobrimos meros instrumentos de um qualquer obreiro de coisa nenhuma. Em que não somos até capazes de um pensamento qualquer que nos deixe mais ou menos realizados.

Por isso, caros pares de caminhada, lembrai-vos que também é nestas alturas na vida que mais nos devemos sentir capazes de saber parar, escutar e ver. E esperar.

Porque amanhã é outro dia.

sábado, 26 de outubro de 2013

Tempus finalis

E quando o tempo certo chegou, a porta foi atravessada com a serenidade de quem se descobre livre e tranquilo.

Consigo próprio. Com os outros. 

sábado, 19 de outubro de 2013

Orationem

Os teus olhos sempre se revelaram
No meu olhar vivo e inquieto.
Visão aberta à descoberta do tempo.

A tua boca manifestou-se em silêncio
No meu sorriso franco e tranquilo.
Lábios que saboreiam a palavra tempo.

As tuas mãos abriram-se em prece
Na minha oração livre e perene.
Diálogos perdidos e encontrados no tempo.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Coisas da vida

Fui hoje despedir-me da D. Isabel, mãe do meu amigo Toni, que partiu na viagem derradeira. Depois de um tempo em que conviveu connosco, a montanha chamou-a e ela lá foi. Tranquila e serena como tranquilos e serenos ali nos encontrámos todos.

Na verdade, este ano tem sido um ano de partidas várias na minha vida. O que me tem vindo a convencer que, afinal, a vida mais não é que um eterno partir. Mais do que chegar, um permanente partir.

E o curioso é que em vez de me perturbar, esta realidade cada vez mais a encontro até dentro de mim. Calma e serenamente. Ou, talvez melhor, com uma serena inquietação. A serena inquietação dos que querem continuar a acreditar na própria vida. Tão-somente.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Tempora…

Quando tudo nos parece pouco, do muito que queremos;
Quando tudo nos parece pequeno, do grande que pensamos enorme;
Quando tudo pensamos saber, do todo que desconhecemos;
Quando tudo julgamos sentir, do muito que nem sabemos;

Quase sempre apenas nos quedamos, inertes,
Descoloridos, mudos, surdos e insensíveis.

Porque temerosos e fracos, tementes apenas do vazio,
Calamos quase sempre, em nós, o grito pueril e fresco
De quem conhece bem o sabor das coisas da vida.

Por isso, de nós, apenas o silêncio de um ventre estéril.

domingo, 13 de outubro de 2013

Boas surpresas

O meu amigo Paulo ofereceu-me esta prenda:



Gostei deste novo trabalho da sua banda Shadowsphere. Não é bem o meu género, mas gostei. Para mim, não há música disto e daquilo: há música. E pronto!

E, se mais não fosse, o padrinho do meu neto apenas é um bom ser humano. É o que basta. Para que eu possa dizer que estou muito contente, orgulhoso e honrado por o David e a Cláudia o terem escolhido para "conselheiro e patrono" do Gui.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sentimentos partilhados

É nos momentos que sentimos menos brilhantes que às vezes nos surpreendemos.

As mais das vezes, é sempre melhor deixarmo-nos envolver pela luz suave e serena das coisas tranquilas da vida. Porque apenas da suave serenidade do ser poderemos saborear a vida em plenitude.

E, porque do ser desejamos ser, à nossa volta apenas o ser sentimos.

É mesmo bom podermos encontrar-nos. Connosco. Com os outros.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

D. Farisaica


Era conhecida lá na aldeia como a “língua inflamada”. Porque da sua boca apenas se ouviam impropérios e maledicências sobre uns e outros. Sobre todos, afinal.

E tanto mal disse, de tanta gente de toda a aldeia, que um dia, um dia qualquer, de um tempo que até era o dela, a aldeia como que se despediu e partiu. Cansada e farta de tanto e tanto ouvir.

E, assim, um dia, um dia qualquer de um momento qualquer, de um tempo que até também era o dela, ela, que tanto falava dos outros, como se de si não soubesse já, ali ficou, num espaço deserto que, um outro dia, tinha sido um espaço preenchido.

Mas não se ficou ali parada, sem resposta. Não. Não era pessoa de se deixar intimidar.

E, se ninguém havia já para as suas palavras, ali se ficou imponente e orgulhosa, dizendo de si própria o que de outros queria dizer.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Inquietações

Como seria bom poder
Responder a algumas questões
Que me perfuram a cabeça
E me põem inquieto
E inseguro.

Como seria bom poder
Falar palavras de certeza e rigor.
Poder entender o que sinto
E olhar o espelho
Sem vacilar.

Os passos que damos - e não damos
Não os definimos com clareza.
São como acasos que nos surpreendem.

Que ternurice...

Olha quem homenageia quem...

sábado, 5 de outubro de 2013

E Viva a República! (*)

Mesmo que tentem esconder a memória, 
Perdendo o realce nos dias festivos,
Mesmo que tentem fechar o que resta do sonho
Em quatro ou mais paredes,
Mesmo que tentem calar e ensurdecer ouvidos ainda novos,
Promovendo histórias de esquecimentos,
Cada vez se torna mais urgente
Erguer a voz e cantar a geração que é a nossa.

(*) Por enquanto ainda...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Canção de nostalgia



Chegaste.
Vieste com o teu sorriso cristalino
Trazendo-me um raio de Sol
Na noite que me acontecia.

Sentaste-te na mesa redonda
Onde escrevia as cartas de trabalho
Para alguém que não conheço.

Trouxeste o céu estrelado
Que se adivinhava nos teus cabelos
Loiros de ouro.

(… …)

Chegaste.
Trouxeste a primavera o arco-íris.
Inebriaste-me na dança que conhecia
E levaste-me ao centro da sala
Num remoinho de corpos suados.

Depois…
Partiste.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tempus horribilis

Há momentos entre nós que mais não deveriam ser que oportunidades para nos reencontrarmos. Connosco próprios. Com os outros. Que nos rodeiam e respiram o mesmo ar que os nossos lábios.

Há alturas entre nós que obrigam a sabermos parar. Porque a pressa e a ansiedade - quiçá, o frenesim - foram e serão sempre adversos a uma boa conjugação do verbo ser. Também viver.

Por vezes, a diferença entre o que fica na boa memória e o que deixamos nos braços da 'gaena', mais não é que a distancia que liga a tolerância e a intolerância. 

Na verdade, as mais das vezes, é mesmo imperioso, vital, re-descobrirmos o valor dos valores. Os que transformam o ser humano em humano ser.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Tempus fugit!

Ainda uns passos no caminho
E a estrada ali à frente
Tão certa e segura.
Passos apenas
Perdidos na poeira do caminho.

Já tardios e vividos
Passos reencontrados no tempo.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

É bom estarmos...

É bom podermos saborear as coisas boas que nos vão surgindo a cada dia que passa.
É bom podermos ir tendo, nos dias que vivemos, momentos que nos lembram que vale sempre a pena estarmos uns com os outros, despidos do que nos isola e afasta.
É sempre bom podermos ir [re]aprendendo o que o meu neto Gui vai descobrindo e apreendendo no seu próprio dia-a-dia.

E, afinal, se calhar, a vida mais não é que um suceder de momentos.

Momentos que, umas vezes não queremos nem desejamos. Momentos que algumas vezes procuramos esquecer, porque indesejados, imerecidos ou, mesmo, por nós mal geridos. Momentos, até, que às vezes deveríamos deixar no caixote do lixo da vida.

Mas, também, momentos que servem para guardar e re-lembrar a cada outro momento que surge no percurso. Momentos que nos trazem o que de melhor sabemos ver, escutar e saborear. Momentos que nos levam a voar a rota mágica dos que conhecem as palavras alegria, amizade, fraternidade, harmonia.

Eu, que despassarado sou, estou cá em crer que cada vez mais e melhor vou procurando afincadamente dar mais valor ao que nos aquece do que ao que nos arrefece. Até porque cada vez mais me sinto e me abandono no meu próprio outono.

E, seguramente, cada vez mais com a tranquila serenidade que só o tempo sabe manifestar.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Comunicado do GCC

Conforme anteriormente afirmado, vem este Governo cá de casa, afirmar com inaudita e elevadíssima convicção, orgulho e satisfação, que todas as metas foram cabal e eficazmente cumpridas.

Hoje, fomos aos mercados.

Eis os resultados:

Assim, temos a enorme convicção de que, após este árduo trabalho, o Natal será, de facto, bem mais saboroso!

sábado, 21 de setembro de 2013

Dúvidas subversivas

Mas que raio é que levou os iluminados da televião pública (RTP) a irem buscar a Senhora D. Manuela Moura Guedes para apresentadora de um programa?

Ah! Se calhar não tinham lá em casa ninguém para isso.
Só pode...

Os pequenos grãos da [nossa] vida

Com o passar dos anos, cada vez me vou convencendo mais que isto da vida, afinal, não deixa de ser uma coisa simples. Uma coisa que chega a todos. Mesmo àqueles que se julgam únicos, ou melhores, ou mais, até, do que os que existem à sua volta. Diria até mais, uma coisa que o meu neto Gui sabe bem apreciar e, dela, já tem um conhecimento muito razoável.

Curiosamente, no meio disto tudo, acabam por ser aqueles que mais se julgam e afirmam imponentes da sua sabedoria, do seu conhecimento, os que se julgam melhores do que os outros, os que ainda acreditam que só eles estão certos e que só eles tudo podem fazer, porque os outros não valem e não prestam, no meio de tudo isto, acabam por ser estes os que se sentem baralhados e inseguros com as coisas da vida. Para estes, a vida não podia, de facto, deixar de ser uma coisa bem complicada. E, as mais das vezes, acabam por se deixar enlear em complicadas teias tão prenhas de nós que acabam sempre por ser difícil de desatar.

E em verdade, em verdade vos digo que a simplicidade,  a humilde abedoria, a justa razão da existência humana são afinal os traços que desenham, que compõem, que alimentam as coisas da vida. E fazem da própria vida uma boa razão para a nossa própria existência.

Apenas temos que ser capazes de acreditar. De sonhar.
Como diz o vate.: "Eles não sabem que o sonho comanda a vida. E que sempre que um homem sonha, o mundo avança como uma bola colorida entre as mão de uma criança."

Mais simples que isto...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Poema breve

Era uma vez um fósforo.
Acendeu-se ao cumprir a sua missão.
E, cumprindo o seu destino,
Se finou em poeira volátil.

  Sacado daqui

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Boas surpresas

Agradável surpresa, hoje, em final de tarde, com o filme "A gaiola dourada".

Faz-nos rir. Mas ao mesmo tempo convida-nos a pensar no que somos.
Como somos. 
Como olhamos o passar do tempo. 
Como nos relacionamos com os que nos rodeiam. 

Sem outra ambição que não a de nos descobrirmos com a serenidade e a tranquilidade de quem apenas deseja ser natural.
E isso, pelo menos a mim, bastou e agradou.

Vivências

Nos tempos que correm, muitas vezes esquecemos o mais importante. O que deveria orientar e balizar o nosso caminho comum.

Temos para nós que apenas nós somos o que conta. Vivemos, afinal, a convicção de um mundo monocolor. Monocórdico. Vivemos a preto e branco. Como se cinzentos [vários, mesmo] não existissem. Conhecemos apenas o sim e o não, esquecendo provocatoriamente o talvez.

Cá para mim, cada vez mais vou descobrindo que as coisas da vida, afinal, mais não são que uma miriade de cores e de sons que nos abraçam e enleiam, espicaçando os nossos sentidos.

E por isso, também e sobretudo por isso, que cada vez mais me vou encontrando comigo mesmo. E ao encontrar-me, descubro-me igualmente nos outros. Nos outros que comigo partilham a estrada da vida.

E, creiam ou não, isso, e apenas isso, tranquiliza-me e satisfaz-me.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Vidas...

Há gente que não consegue deixar de viver. Apenas e tão somente.

Mas também há gente que apenas existe [vive] em função dos seus medos, das suas impotências.
Vivendo os dias que não sabem, impõem-se nas suas pequenas existências.
E na sua pequenez, gigantes se sonham.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tempus fugit...

Apenas um passo. Um pequeno passo.
Tão pequeno como os passos do meu neto que, trôpego ainda, vai tentando preencher.

Apenas um pequeno passo.
No caminho da montanha que se abre à minha frente.

Apenas um pequeno passo.
Que se deseja desejado e tranquilo. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pensamentos subversivos

Às vezes mais parece que o nosso espaço não passa de uma arena qualquer. Em Roma, claro. 
Às vezes, melhor seria que latim não balbuciássemos...

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Quase...

O tempo passa. Corre como o vento. 
E quase sempre o mais difícil é o pequeníssimo passo que ainda resta.